domingo, 7 de outubro de 2007

Pensando o Vale do São Patrício - GO

Na necesidade de conhecer o Vale do São Patrício, o Zoneamento Ecológico-Econômico pode se constituir num aporte importante para a discussão do desenvolvimento regional.

Escrevi este blog pela necessidade de expor um pouco de como penso uma região em função de suas potencialidades e coisas (a expressão coisas é para simplificar diversas dimensões que compõem o desenvolvimento sustentável)

O desenvolvimento em curso no VSP é compatível com sua base de recursos naturais? As dimensões sociais, econômicas, ambientais, humanas, culturais estão sendo respeitadas e acomapanhando este desenvolvimento? Estas e outras perguntas dependem antes de tudo, de compreendermos o que o Vale do São Patrício, como ele se encontra em relação ao estado de Goiás, ao Centro Oeste e ao Cerrado, ao Brasil? Há pobreza no Vale?
As perguntas precisam respostas e um instumento importante para este diagnóstico é o Zonenamento Ecológico-Econômico (ZEE). Lógico que não é possível apenas com este processo responder a tantas necessidades para a avaliação da região, no entanto, o ZEE é parte de um conjunto de instrumentos capazes de contribuir na avaliação real das possibilidades e limitações da região, dos fatores limitantes principalmente em recursos naturais, sobretudo água, solo e clima.

Diante de tanta potencialidade, o VSP precisa ser ordenado do ponto de vista territorial para que sua sustentabilidade não seja comprometida. O equilíbrio de atividades econômicas com as não-econômicas, o uso e o proveito dos recursos naturais por toda a sociedade. Avaliar de forma estratégica este processo é importante para que no futuro não sejamos responsabilizados pela nossa omissão ou incapacidade de fazer este exercício.

O Vale pode prescindir da capacidade de se manter auto-sustentável (em relação a alimentos, matérias-primas, tecnologia, recursos humanos, etc.) ? Ou esta discussão não cabe?

O IAPEC (Instituto Avançado de Pesquisa e Estudos do Cerrado) juntamente com a Prefeitura de Ceres, EAFCe, Agencia Rural, Secretarias de Agricultura (estadual e municipais), MDA/Pronaf, M. Integração, entre outros se reuniram para dar início a este processo de pensar, realizando as oficinas intituladas: Encontro do Desenvolvimento Regional do Vale do São Patrício, que foram realizadas com o intuito de estimular este debate.
Aconteceram atividades em Itapaci, Ceres, Rubiataba e desdobrou-se destes encontros a criação do Território do Vale do São Patrício.
Afora os repasses governamentais federais (da ordem de 66 milhões em 2006), os municipios (e suas instituições) de Jaraguá, Ceres, Itapaci, Rubiataba, Rialma e Goianésia se beneficiaram com convênios do Governo Federal em cifras próximas a 7 milhões de reais nos anos de 2005/2006. No entanto, 60% destes recursos se destinaram a Ceres e Jaraguá. O gráfico a seguir mostra estes valores.



Tudo isso (ou pouco, como podem achar alguns) sem conhecimento integrado da região e sem o que é mais importante: o plano estratégico do desenvolvimento regional sustentável. A região está crescendo sem planejamento algum.

Por isso e muito mais, que venho estudando a região, oferecer subsídios ao processo de discussão.

Vou apresentar nas próximas postagens, parte de um diagnóstico da região que venho realizando. Chama-se Diagnóstico Territorial do VSP e faz parte de um trabalho inédito que irei publicar em breve.

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